quinta-feira, janeiro 10, 2013

Fazendas Urbanas e Ativismo Social para Segurança Alimentar

Bom, praticamente ninguém nesse mundo vai sobreviver sem comida.

Pessoas que não podem comer comida em uma forma tradicional, estão em coma, tem deficiências ou desabilidades funcionais do sistema digestivo, necessitam de alguma forma de alimento para sobrevivência.

Não existe ser humano sem alimentação.

Os seres humanos passaram a perder a liberdade quando os governos de seus respectivos países se sentiram mais importantes que suas próprias populações, e tomaram das mãos dos humanos o espaco geográfico necessário para sua subexistencia.

Sem terra não existe moradia nem existe alimentação. Sem ambos, não existe homo sapiens.

Pode se dizer que os governos são contra a vida de seus próprios povos, uma vez que não compartilham o espaço geográfico sob suas bandeiras, de forma igualitária, para sua própria população nativa. Muitas vezes, animais têm mais importância que os próprios bípedes indigenas.

A sedução causada pelo dinheiro e a possibilidade de ter segurança alimentar e de moradia faz com que as sociedades e todos os seus integrantes persigam o trabalho e as riquezas providas pela escravidão moderna, que acontece quando você troca o seu tempo diário por dinheiro e alienação, para excutar tarefas que não vão produzir, melhorar ou diretamente interagir com sua comida ou com sua moradia.

De certa forma é correto observar que um governo, independentemente de democrático, socialista, comunista ou qualquer outro rotulo filosófico de organização e mentalidade que se queira aplicar, sempre será baseado em um modelo escravocrata, a partir do momento que a população sob aquele governo não detém absolutamente nenhum tipo de ferramenta para produzir sua subexistência, tanto em termos alimentares ou domiciliares.

Talvez, se houver uma próxima revolução, deveria ser a revolução que garantiria essas seguranças, de uma forma que houvesse a responsabilidade de um governo e de todos em uma comunidade em prover alimentação e moradia para cada um dos indivíduos da sociedade. Alimento para todos, de forma igualitária, pois todos necessitam, e domicilio a todos que assim o queiram.



Reaproveitamento do espaço urbano

1) Ter água disponível é um importante aspecto para produção de alimentos, e o reaproveitamento das superfícies urbanas para acúmulo de água de chuva é um processo importante para que se obtenha com um mínimo de esforço, água para consumo e para produção de alimentos;

2) Topos de edifícios como solução no controle de temperatura através da absorção de àgua de chuva. Prédio dos mais diversos tipos, áreas de terreno baldio entre outras, podem facilmente incorporar estruturas para produção de alimentos. Além de dar utilidade para um espaço morto dentro da cidade, hoje sabemos que isso ainda melhora o controle de temperatura e microclima desses espaços, aumentando economia no uso de ar condicionado. Por consequência, alterando a capacidade de absorção de agua de chuva que o concreto impossibilita, também melhorando os aspectos de alteração fluvio/pluvial das zonas urbanas (quem sabe até chegando próximo a mitigar problemas de enchente (e enchentes relâmpago) em zonas urbanas);

3) Disseminação de áreas verdes, e de producao de alimentos em zonas urbanas, tambem altera a psique humana e melhora a saude das pessoas pois imprescindivelmente e irreversivelmente os seres humanos precisam de contato com o verde, nem que seja somente para ter areas verdes em seu campo de visao, alem do fato de que existiria muito mais possibilidade de que qualquer pessoa possa ter contato com seu proprio jardim para producao de alimentos ou de vegetais de seu proprio gosto;

4) Obtendo mais espacos para producao de alimentos, podera existir um mercado mais diversificado de trabalho para o desenvolvimento de tais estruturas, gerando empregos e aumentando a capacidade de distribuicao de alimentos para muito mais pessoas em areas maiores de comunidades urbanas;
 



Redefinicao do conhecimento nutricional / producao de alimentos

1) As escolas deveriam prover, primordialmente, como parte da educacao dos futuros adultos, educacao alimentar assim como educar sobre como observar o que existe no que se come (ler rotulos e entender o que eh bom ou ruim), alem do conhecimento basico de biologia. Justamente deve-se o entendimento de que todos somos o que comemos. A saude de todos depende do que se come. Talvez apos uma ou duas geracoes com uma educacao pro saude, veremos um declinio em muitas doencas, disturbios alimentares e consequentemente um declinio no custo da manutencao do sistema de saude publico;

2) Obviamente que havera um conflito entre os interesses corporativos em varios niveis das sociedades quando ouver uma mudanca na atitude governamental em relacao a alimentacao das pessoas, para tanto, nao existirão motivos para deter as grandes empresas em pensar mais no desenvolvimento de produtos menos nocivos, que pensam mais na saude das pessoas e menos no lucro, que muitas vezes utiliza shortcuts nao saudaveis para minimizar o custo de producao e maximizar o lucro. Industrializacao de alimentos nunca ira embora e existe espaco no mercado para manipulacao de muitos tipos de alimentos, porem muito mais sensatez eh necessaria, do que o que vemos agora nas prateleiras dos mercados;

3) Quando se fala de praticas de producao industrial de alimentos que nao levam em conta a saude das pessoas, deve-se enfatizar que muitas doencas tem uma ligacao direta com aspectos (componentes, formas de producao, outros) de alimentos. Doencas que podem varias de alergias ateh canceres. Deve haver uma intervencao pratica nas sociedades para ajudar as pessoas a terem acesso, conhecimento e seguranca alimentar com melhores formas de alimentos industrializados ou nao;

4) Outro aspecto importante que deve ser levado em conta, eh em relacao ao disperdicio de alimentos que nao esta de acordo com a estetica mercadologica que eh implicito nos processos industriais, que as pessoas nao participam. A exemplo, todos estao acostumados a cenouras "normais" com apenas uma raiz conifera, onde eh muito comun haver cenouras com duas ou mais raizes coniferas conjuntas / congenitas. Ignorar alimentos que nao crecem com o aspecto que a estetica implicita exige, ja causa muito mais disperdicio do que o necessario. Muitos destes alimentos poderiam alimentar muitas pessoas.



Criando redes de alimentos para seguranca alimentar

1) As grandes cidades, hoje em dia, podem gerar pessoas ricas ou pessoas pobres. Nao existem motivos para prevenir uma pessoa de ter acesso a alimentos saudaveis, naturais, ecologicos e sustentaveis, quando ela mesma pode participar do processo de producao destes alimentos, quando ela mesma pode utilizar de uma quantidade minima de recursos naturais (agua de chuva, sol, solo, area de solo no chao ou suspensa) onde o dinheiro nao precisa ter um efeito direto no acesso ao alimento;

2) Nao existem limites para os tipos de modelos nao-economicos de producao de comida, se levar em conta a quantidade de pessoas que estariam dispostas a trabalhar como forma direta de subsistencia, produzindo seu proprio alimento, e levando em conta que esta pessoa trabalhando para produzir alimentos, podera produzir muito mais alimento que ela poderia sozinha consumir, de uma forma que o excesso de producao pode ser distribuido a outros que podem pagar uma taxa para o consumo dos mesmos, taxa que pode vir em horas de trabalho na producao ou em dinheiro, que por outro lado, ajuda as pessoas que trabalham para subsistencia a obter acesso a outros produtos que nao podem ser produzidos como forma de subsistencia (roupas, produtos industriais, utensilios caseiros e todos os materiais necessarios para se viver em sociedade);

3) Garantir as pessoas, acesso a producao de alimentos de forma indiscriminada tem total importancia e impacto para multiplos aspectos de qualquer socidade. Levando em conta o custo da manutencao dos sistemas produtivos e de distribuicao em modelos urbanos como suburbia ou zonas rurais separadas e geralmente distantes dos centros populacionais, aumenta consideravelmente a dificuldade de distribuicao e a insustentabilidade dos processos de distribuicao (como poluicao, manutencao e/ou necessidade de estradas, caminhoes, transporte de longa distancia, disperdicio de producao devido o tempo e acomodacao devido ao transporte) assim como impossibilidade da garantia de alimentos frescos e abundantemente disponiveis;



Desenvolvimento de estacoes de ensino para movimentos de seguranca alimentar

1) Em conjunto com a educacao basica dos futuros adultos, os governos devem ter a obrigacao de dar acesso a educao de producao alimentos, disseminando informacao para evitar falhas na producao dos mesmos, de uma forma que processos naturais, estudo de climatologia e sazonalidade das localidades de producao em relacao aos alimentos que possivelmente terao mais sucesso, entendimento do desenvolvimento de insumos naturais/ecologicos para producao de alimentos (alimentos para plantas, adubos naturais, "agrotoxicos" naturais, e etc), assim como orientacao e disseminacao de tecnologias conhecidas para diversos tipos de producao;

2) Dentro de um processo educacional, tambem ha' de se encontrar solucoes para outros problemas, se houver o incentivo com o conhecimento de praticas mais ecologicas de lidar com os detritos, onde somente na construcao de sistemas de tratamentos de residuos organicos e humanos, pode ja haver uma revolucao na forma que as cidades alteram a forma do tratamento do lixo e esgoto, onde ate' a economia de agua, energia e espaco para aterros e/ou tratamento de esgoto, que mediante o uso de fossas secas pode agregar vidas mais saudaveis a comunidades de periferia, palafitas, ribeirinhas, indigenas e etc.



Organificacao das segurancas e direitos humanos de forma constitucional

1) Essas proposicoes devem ser solidificadas no sistema de regras constitucionais do pais, de forma que existe garantia e esforco para acesso a alimentacao de qualidade, de baixo custo e para muitas pessoas, se assim o quiserem, de forma livre, sem custo atribuido ao trabalho de subsistencia, pois produzir comida eh para o bem de todos e nao deve ser tratado como producao industrial ou usando modelos escravocratas, mesmo que esses modelos continuem a ser aplicados de forma a gerar diferencas sociais, daqueles que detem os meios de producao e daqueles que nao os detem;

2) Deve existir uma vontade fundamental governamental a garantir direito de alimentacao da populacao de uma forma mais aprasivel possivel, pois um governo que so se preocupa em captar as riquezas de um povo para agregar riquezas aos politicos e produzir algumas melhorias estruturais, nao eh um modelo funcional que protege a vida das pessoas sob aquela bandeira. Um governo deve existir para criar uma estrutura organizacional que protege sua populacao e ajuda no desenvolvimento de riquezas para os individuos que dali participam, e alimento eh um dos aspectos mais importantes do bem estar de quelquer um. Nao estar preocupado com as necessidades basicas e nao estar preocupado at all.

"De um peixe para um homem, e ele tera uma refeicao. Ensine-o a pescar, e ele podera comer sempre."

"De uma fruta e um legume a um homem, e ele tera uma ou duas refecoes. Ensine-o a plantar as sementes destes frutos, e um dia sua comunidade inteira ira se beneficiar"

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